sexta-feira, 28 de maio de 2010

28 de MAIO

Já repararam, meus amigos que hoje é o dia 28 de Maio.
E então? Revolução, golpe de estado de 1926...
Pois. E o que é que tem que ver com o BNU?
Tem, porque faz 36 anos que entrei no Banco. Nesse dia eu e a Laura (que entrou em Algés e nunca mais vi) fomos recebidos no Departamento de Pessoal, pelo Dr. Herlander Machado, na Rua Augusta e fui encaminhado para os Câmbios, balcão do rés-do-chão da sede.

Não acreditam? aqui está o meu Bilhete de Identidade que me deram passados dois dias.
Acho que foi um bom passo na minha vida.
Tinha sido também chamado para o Banco Português do Atlântico, mas optei pelo BNU.
Aos colegas que fui encontrando nos cerca trinta anos que ali passei devo muitos dos bons momentos da minha juventude.




Estávamos em plena revolução e ainda com muita incerteza sobre o que seria o pós-25 de Abril.
Mas já se vê que se fosse agora, com esta cara e cabelo, não seria admitido...

Bom, mudando de assunto, uma colega pediu fotos de Timor de 1970.
O Dr. Lopes Rodrigues fez a tropa em Timor. Deve ter fotos de lá e desse tempo. Mas o que é feito do Dr. Lopes Rodrigues? Ninguém sabe?

Mas eu consegui fotos de Timor de 1970.

Do nosso banco


Duma explanada à nossa moda e que parece das traseiras do BNU



E do palácio do Governador.



Tenho também fotos do BNU de 1950, mas não têm muita qualidade.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ALMOÇO DOS BLOGUISTAS

Então lá fomos nós ao almoço no restaurante Palmeira, mesmo ao lado da entrada do Metro na Rua do Crucifixo.
Olhá o Monteiro, há que tempos que não te via! Estás igual...
Olha a Manuela. Agora nem a conhecia... Continua bonita...
É para isto que servem estes encontros.
Tirámos fotografias.





Eu bem queria ficar numa foto, mas ficavam todas tremidas. A melhor foi esta.


Fiz uns filmes óptimos, porque neles podemos ver as pessoas a falar.
É para isto que servem os blogs. Para nos encontramos e para cultivarmos a boa harmonia e o convívio.
Ora vejam.

O Matos teve a ideia do almoço e fala-nos do sentido destes encontros


O Araujo organizou tudo e é um óptimo compincha!


O Trindade mostra a sua boa disposição.


O Laia não se ouvia muito bem por causa do barulho no restaurante.


A Manuela Perinhas sempre em forma.


Lobão e Leiva, sempre prontos para o melhor da vida que é a amizade.


A Manuela Lopes, sempre bem disposta


Lino Paiva. Apegado aos amigos, compareceu disse o que lhe vai na alma.


Monteiro, compareceu e fez boa companhia, como ele sabe.


Fernando Miguel marcou presença e amizade.



Antunes da Silva, veio do Montijo com a sua boa disposição.


A filha da Manuela Lopes trouxe boa disposição.


A sobrinha da Manuela está de passagem por Portugal.


O Rodrigues também fez boa companhia


O Zé Manuel, o que já é avô..., lá esteve com a sua boa disposição.


Pinto Pedro, acompanhou a animação.




No final e a caminho do transporte no Rossio, ainda deu para ir à jinjinha

segunda-feira, 17 de maio de 2010

UNIÃO de LEIRIA FUNDADA POR COLEGAS DO BNU



Na Primavera de 1966 um grupo de funcionários do Banco Nacional Ultramarino tomou a iniciativa de formar uma colectividade que, no campo desportivo, pudesse representar Leiria com aquela dignidade, que não só o nome da cidade como até as suas instalações desportivas impunham.
E assim, a 6 de Junho de 1966, data da aprovação dos Estatutos pelas entidades governamentais, nasceu oficialmente a União Desportiva de Leiria (UDL).
Estreou-se na época de 1966/67. Na época seguinte 1967/68, conquistou o titulo distrital,  atingindo-se em 1969/70 a subida à 2ª Divisão Nacional. A primeira participação do clube no Campeonato Nacional da Primeira Divisão aconteceu em 1979/80. A melhor classificação alcançada pela União de Leira até à data na 1.ª Divisão Nacional foi o 5.º lugar das épocas 2000/01 e 2002/03, equipas orientadas por Vitor Manuel e Manuel José respectivamente.
Na temporada de 2002/2003 a UDL conquistou o momento mais alto da sua história, ao atingir a final da Taça de Portugal, saindo a equipa de Manuel Cajuda derrotada pelo FC Porto de Mourinho por 1-0.



BNU - Leiria
Adriano Lopes dos Santos, funcionário do BNU, foi o seu sócio nº 1. Natural da Caranguejeira, foi funcionário durante 40 anos do Banco Nacional Ultramarino, onde 'viria a nascer' a União de Leiria no ano de 1966.
Durante muito tempo foi um representante em França do BNU.
Foi também um dos impulsionadores do orfeão de Leiria e do Grupo Coral do BNU naquela cidade.O nosso colega Adriano Lopes dos Santos era um Homem Bom e estava ligado a muitas outras causas sociais e culturais na sua terra. Era também,há muitos anos, membro dos corpos sociais da Associação dos Antigos Empregados do BNU para onde angariou muitos sócios.
Faleceu no dia 5 de Fevereiro de 2012, com 85 anos.
No seu funeral, teve o seu grupo coral "Cantabilis" a prestar-lhe uma muito merecida homenagem

Receba-o o Padre Eterno no seu seio,
Misterioso lar
Que ali repouse pois vai desfeito
Do duro lutar.

CENTENÁRIO do BNU

No Dia 16 de Maio de 1964 comemorou-se o centenário da fundação do Banco Nacional Ultramarino.
Eu ainda não estava no Banco, mas consultei os jornais da época e deles ressalta a importância que foi dada às comemorações.



Além das obras na sede da Rua Augusta, que apareceram em todo o seu explendor nesse dia, foi emitida uma série de selos de correio comemorativa do evento e os jornais no dia 17 de Maio de 1964, faz hoje precisamente 46 anos fizeram eco da importância dessas comemorações, noticiando os actos do dia anterior.

O Diário de Notícias que consultei na Biblioteca Nacional, tem várias páginas a noticiar o evento, transcrevendo os discursos que foram proferidos na Sociedade de Geografia na ocasião. Traz também uma foto do Presidente, Américo Tomás, a colocar a condecoração da ordem do império no estandarte do BNU. O jornal está digitalizado e a foto está quase imperceptível. Por isso não pedi cópia.

clicar para ampliar

O Diário de Lisboa tem o resumo mais pequeno e bem elaborado dos diários que eu encontrei.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

PAPA EM LISBOA



No dia 12 de Maio de 1982, estava eu no Secretariado Geral, com o Dr. Herlander Machado a Director, quando veio a Portugal pela primeira vez, João Paulo II.
Lembro-me que ele fez um périplo pela cidade e, vindo do Terreiro do Paço, entrou pelo arco, na Rua Augusta e virou à direita na Rua do Comércio. Estavamos todos nas varandas do 1º andar a saudar o Papa que também nos acenou ou benzeu do seu carro aberto.
Ainda não havia pap-movel fechado como agora, talvez porque também não havia esta fobia que agora existe, que vê terrorismo em todo o lado. Se calhar há razão para isso, não sei.



Pois este ano, desdizendo os que não gostam do Bento XVI, a recepção não foi inferior à de 1982. Acho eu.




Na missa do Terreiro do Paço, foi uma loucura de manifestação e penso que o Papa esteve à altura.



Eu não podia faltar para tirar umas fotos e fazer umas imagens



da nossa baixa, apanhando o nosso arco e um recanto da nossa sede





e apanhando também pessoas, que é o mais importante.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

RUA AUGUSTA - medalhões à vista




Olha, a Câmara retirou as placas que escondiam os medalhões do Banco Nacional Ultramarino.
Estes medalhões que reproduzem o logotipo do BNU foram colocados em cada um dos oitos cantos do edifício, para a inauguração da nova sede em Maio de 1964 e são um complemento dos relevos da fachada principal.
A sua perfeição e a conservação que mantêm são dignas dum escultor como Leopoldo de Almeida.



Era uma pena que não ficassem à vista de todos.
Parabéns a quem, na Câmara Municipal de Lisboa, promoveu esta acção.
Espero que um dia destes, numa das visitas à baixa pombalina com o meu grupo de história de arte, o professor tenha oportunidade de fazer ressaltar o valor destas preciosidades que estão à vista de todos, como aliás estão muitas preciosidades arquitectónicas e escultóricas em toda a baixa pombalina.
É assim que promovemos os valores que temos: mostrando-os.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

RUA AUGUSTA

No dia 16 de Maio de 1964, centenário da fundação do Banco Nacional Ultramarino, foi feita a solene inauguração da nova sede do BNU, na Rua Augusta.

A nova sede apresentava espaços únicos na Europa, como é o caso dos cofres, que já aqui referimos, o balcão a toda a volta do rés-do-chão, com várias entradas nas quatro ruas que ladeavam o edifício, A nova entrada, monumental da Rua Augusta.

Para a sala de reuniões da administração, o pintor Martins Barata Castelo de Vide 07.03.1899 - Lisboa 15.05.1970), pintou a obra "O Fomento Ultramarino e a Metrópole", dominada por um sol que erradia como símbolo da vida e uma figura de Mercúrio, deus do comércio e dos viajantes, que voa sobre a caravela, simbolizando a acção do BNU.


Para a nova fachada da Rua Augusta, o escultor Leopoldo de Almeida, fez duas obras de arte primorosas, em relevo, que ali se mantêm e que dificilmente serão dali removidas, penso eu.


O da direita não necessita comentários. É o logotipo do nosso banco.



O da esquerda, representa a expansão do BNU, com o escudo de Portugal ao centro e, à volta, os escudos de armas das províncias ultramarinas portuguesas, onde o BNU estava implantado e era emissor - todas menos Angola.
Os escudos destas províncias apresentam todos o escudo português do lado esquerdo, a ondulação marítima em baixo e as armas da província do lado direito.

escudo das armas de Timor Português

Escudo das armas de Macau Português

Escudos de São Tomé e Príncipe

Escudo das armas de Cabo Verde Português

Escudo das armas da Índia Portuguesa

Escudo das armas de Moçambique Português

Escudo das armas da Guiné Portuguesa

RUA AUGUSTA - Nova sede

Maio está ligado à fundação do BNU e está ligado intimamente à instituição da nova sede do Banco na Rua Augusta, 24.
É que aquilo que nos habituamos a ver como a sede da Rua Augusta, só em Maio de 1964 teve a sua concretização, embora logo em 1867, portanto 3 anos depois da fundação do BNU a sede se tivesse transferido para a Baixa Pombalina.

Em 23 de Novembro de 1866, o BNU comprou o primeiro edifício que viria a pertencer à futura sede da Rua Augusta.

Primeiro edifício do BNU na Baixa Pombalina, na Rua Nova d'El Rey (rua do Comércio) tornejando para a Rua Bella da Rainha (Rua da Prata)

Começava assim a escritura:

"Saibam quantos esta escriptura de venda, quitação e obrigação virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos sessenta e seis aos vinte e três dias do mez de Novembro nesta cidade de Lisboa na Rua Augusta, nº 28 – 1º andar no meu escriptório, compareceram de uma parte o Ilust. José Carlos Mardel Louceira, casado, proprietário, na qualidade de procurador de Sr. Conde de Óbidos e de Sabugal… e de outra parte o Ill. Francisco d’Oliveira Chamiço, Negociante, na qualidade de governador do Banco Nacional Ultramarino… Disse que o seu constituinte é senhor e proprietário e possuidor de uma propriedade de casas composta de lojas, três andares e portadas, situadas na Rua Nova d’El Rei, nºs sessenta e seis a setenta e quatro, sendo o numero setenta sito na parte de arcada, com frente para a Rua Bella da Rainha, números vinte a trinta e seis e sequencia de S. Julião... Pela quantia de vinte e cinco contos e oitocentos mil reis



Depois da República, a Rua Nova d’El Rey passou a Rua do Comércio,


e a Rua Bella da Rainha passou a Rua da Prata.
A Rua de de S. Julião manteve o nome.



A Rua Nova d'El Rey tinha uma arcada… Talvez a actual porta nº 84

Sabemos que a sede do Loreto foi trespassada em 1867, portanto em 1867 já a sede do Banco Nacional Ultramarino estava na Rua do Comércio.

Pelos documentos existentes na Câmara Municipal de Lisboa, podemos seguir a evolução do prédio, até chegar ao que se consolidou como sede da Rua Augusta.

1889 - a direcção do B.N.U. pretende fazer alterações o edifício do referido Banco, situado na R. de El'Rei nº 74;
1906 - a Direcção do B.N.U. apresenta projecto para alterações na propriedade situada na R. de El'Rei nº 74 a 78, tornejando para a R. Bella da Rainha;
1918-a Direcção deseja construir um edifício destinado à sede do mesmo Banco no seu prédio antigo e outros que adquiriu na R. do Comércio, nºs 74 a 86, R. da Prata, nºs 23 a 43 e S.Julião nºs 79 a 103.Construção subterrânea de casas fortes em todo o perímetro do novo edifício;
1920- demolição total das divisões internas e da reconstrução em cimento armado dos pavimentos e pilares, escadas e vigas.As fachadas foram mantidas no seu aspecto pombalino;
1923- é construído mais um andar em mansarda pombalina no edifício da sede na R. do Comércio, com frente também para a R. da Prata, de S.Julião e R. Augusta;
1928- com sede na R. do Comércio, nºs 66 a 102, pede averbamento dos prédios que foram anexados à sua sede da R. de S.Julião, R. da Prata, R.Augusta e R. do Comércio, formando uma só propriedade. R. da Prata,nºs 23 a 43.R. Augusta nºs 18 a 28. R. do Comércio nºs 66 a 102. e R. de S.Julião 79 a 103;
1930- Alterações ao projecto do edificio da sua sede na R. do Comércio:supressão da mansarda geral,tendo-se feito apenas uma parcela da mesma na parte central do quarteirão da R. Augusta e internamente a deslocação de portas,construção de marquises no pátio,sendo um de ligação no piso do 2º andar, uma torre para o monta-cargas,deslocação da cúpula envidraçada do hall do piso do 4º andar para o 2º,casa das caldeiras para o aquecimento;
1942- Modificações no 3º andar, na R. do Comércio nº 94;
1950- Lavrada a escritura de compra ( no livro B-97 a fls 1 do Notário de Silva Palhinha, Lisboa), pelo Banco Nacional Ultramarino dos prédios descritos sob os números 18, 19 e 60, respectivamente, a que correspondiam os números da R. Augusta 30 e 38 e da R. de S.Julião 105 a 115, à Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, ficando desta forma o BNU proprietário da superfície que abrange o actual quarteirão;
1952 - Luis Cristino da Silva apresenta um projecto de remodelação e ampliação do edifício da sede do Banco localizado na R.Augusta, R. da Prata, do Comércio e S.Julião e introduzir uma modificação na cercia.
1955- Um novo projecto é apresentado substituindo o anteriormente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa, com alterações na cave através da construção de três casas fortes, respectivo acesso independente e um caminho de ronda destinado ao seu isolamento e protecção. No rés-do-chão,localizar a entrada principal do público no lado da R.Augusta,criando-se um espaço vestíbulo onde se desenvolveriam as escadas privativas da Administração e de acesso às casas fortes de aluguer.No 1º,2º e 3º andar os serviços administrativos.No 4º andar a construção de um andar em mansarda e a construção de um último piso integrado na espessura da cobertura, sendo esta constituída por um telhado de tipo mansarda e por uma laje de betão armado;
1955- pedido de licença para a construção de mais um andar em mansarda e duma nova cobertura,parte em terraço sobre o edifício existente e da reconstrução do edifício adquirido pelo Banco do lado da R.Augusta e da parte do edifício existente sendo demolidos e reconstruídos totalmente desde as fundações, aproveitando-se apenas as paredes mestras abaixo do nível do rés-do-chão;
1957- Projecto final, que viria a ser executado nos anos seguintes;
1963 - Revisão do desenho do pórtico; estudo dos detalhes para os balcões do piso térreo;
1964- Daciano da Costa assina o projecto de arquitectura de interiores e mobiliário para a sala de jantar da administração, bem como assentos para zonas públicas.Jaime Martins Barata pinta " O fomento Ultramarino", mural da sala de reuniões da Administração. Novas instalações inauguradas em 16 de Maio, ano do 1º centenário do Banco. Na remodelação do edifício teve acção relevante o Dr. Luís Pereira Coutinho, administrador do Pelouro das Obras. Em sua homenagem o Conselho de Administração deu o seu nome a uma das salas.