terça-feira, 13 de dezembro de 2011

JÓIAS da ÍNDIA

Dr. Rodolfo Lavrador e, à sua esquerda, a D. Maria Luísa Anastácio,
esposa do sr. Jorge Anastácio

As notícias e movimentações na zona, em Dezembro de 1961, levaram o sr. Jorge Anastácio a prever a eminente invasão pela Índia, dos territórios portugueses.
Tomou então o navio português ‘Índia’, em escala em Goa, vindo de Timor e em direção a Lisboa, trazendo consigo os bens depositados no Banco.
Alguns dos objectos foram reclamados e entregues aos herdeiros dos donos, ao longo dos anos, mas sobraram 14 caixas agora reabertas, contendo barras de ouro e acessórios de valor como brincos e pulseiras.
A CGD, através do ex-BNU, administrador, Rodolfo Lavrador, aproveitou para homenagear o Sr. Jorge Anastácio pela sua ação, na altura arriscada mas que agora é vista como tendo sido um ato corajoso a favor dos interesses portugueses.
O Sr. Jorge Anastácio não poude estar presente por falta de saúde, mas esteve a representá-lo a esposa.
Nós que conhecemos há muitos anos o Sr. Anastácio e com ele lidámos diariamente durante largos anos na Rua Augusta, não necessitamos que nos seja apresentado: sempre em movimento, a trabalhar em diversos setores e a quem, mesmo depois de reformado, ainda o BNU entregou tarefas importantes.
São estes heróis de todos os dias que nos ensinaram como servir a instituição e que fizeram do BNU o maior banco português de todos os tempos, que deixa um espólio igual aos feitos que financiou pelo mundo português fora.






"Há 50 anos, o gerente geral do Banco Nacional Ultramarino na Índia decidiu enviar para Lisboa todos os bens que se encontravam à guarda do banco e assim salvou as jóias da Índia, uma vez que cinco dias depois o território foi invadido. Os 14 caixotes cheios de preciosidades que hoje começaram a ser abertos em Lisboa".

A propósito desta notícia da SIC, recordo que em 2005, na qualidade de responsável pela Tesouraria da CGD, levantei nas casas fortes do BNU na Rua Augusta, umas dezenas de caixotes contendo 230.000 moedas de rupias em prata ( que legalmente pertenciam ao BNU ), e que posteriormente foram comercializadas através do site de numismática da CGD https://www.cgd.pt/Particulares/Familia/Catalogo/Numismatica-Medalhistica/Pages/Moedas-Rupias.aspx.
Devido à sua raridade, tiveram grande procura em Portugal e também por coleccionadores estrangeiros, tendo sido vendidas milhares de moedas. Segundo sei, em 2009 a maior parte das moedas que restavam foram derretidas e transformadas em barras.
Podem ver as moedas, e a descrição da operação da sua comercialização, num artigo que escrevi no Blog do BNU http://banconacionalultramarino.blogspot.com/search/label/GOA%20- ( se não conseguirem abrir directamente, cliquem na palavra GOA, no resumo dos artigos )

Ver também site dos Veteranos da Guerra do Ultramar informação completa sobre Índia Portuguesa 

Joaquim Matos



3 comentários:

  1. Boa noite Dr. Rito Pereira
    Li com muita atenção o artigo das Jóias da India no seu blog e dei-o a
    conhecer ao Sr. Jorge Anastácio de quem sou amiga e com quem falo com
    frequência. Ele tem estado com um problema doloroso - uma vértebra em
    mau estado- mas está a cuidar dela. Como não consulta estes meios
    modernos do facebook e blogs eu remeti-lhe as fotos e transcrevi na
    integra o artigo. Ele pede para ser retificado o seguinte: A esposa
    chama-se Maria Luisa Anastácio e não o nome que vem referido e a filha
    não aparece naquela foto. Pede-me também para agradecer muito aos
    redatores do artigo a simpatia do seu conteúdo e o realce que lhe é
    dado. Peço-lhe o transmita aos autores do mesmo.
    Um Bom Natal para si e toda a família
    Olga Duarte

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